Sobre Marés e Caminhos no Morro do Amaral
Exposição fotográfica na Colônia Z-32 na ilha do Morro do Amaral (Joinville/SC)

Os pescadores e pescadoras da ilha do Morro do Amaral (Joinville/SC/) praticam diferentes artes de pesca no estuário da baía da Babitonga. A depender da sazonalidade de cada espécie, variados tipos de peixes, moluscos e crustáceos são capturados.
Essa exposição está sendo realizada como parte dos resultados da pesquisa de dissertação em Antropologia Social de Nathália Gallucci, “Sobre marés e caminhos: conhecimento e práticas dos(as) pescadores(as) da Ilha do Morro do Amaral, baía da Babitonga-SC”. Mostra o trabalho dos(as) pescadores(as), por meio das fotografias, de forma a valorizar a cultura local e a atividade de pesca em uma das comunidades mais antigas de Joinville.
As fotografias que compõem a exposição foram tiradas no trabalho de campo de Nathália Gallucci, que residiu na ilha durante os meses de fevereiro, março e abril de 2023, participando das rotinas dos(as) pescadores(as). São destaques a captura do camarão-branco e do peixe-espada, bem como a extração de ostras.
Para pescar no estuário é necessário possuir uma série de habilidades, dentre elas compreender as dinâmicas das marés e o ciclo lunar.
Os(as) pescadores(as) observam o comportamento hídrico da Av. Beira mar, de seus portos ou de suas casas e discutem entre si para saber qual é o melhor momento da maré.
Para chegar até os lugares de pesca é necessário navegar pelo estuário. Os(as) pescadores(as) possuem bateiras de compensado naval, medindo de 4 a 6 metros de comprimento, com propulsão de motor de popa, centro ou rabeta.
O camarão-branco é capturado com o berimbau. O apetrecho é uma espécie de rede de arrasto que é movimentado pela força das correntes de maré.
Na maré de lua o camarão fica no seco e corre mais com as correntes vazante e enchente. Na maré de quarto o camarão não corre e fica enterradinho na lama, na beirada do fundo.
Para matar a espada, os(as) pescadores(as) utilizam a rede de caceio, na época em que o peixe vem do oceano para o estuário, para desovar.
A dinâmica das marés ativa os lugares de pesca onde as ostras podem ser encontradas, como as lajes, manguezais, raízes do mangue, capins, rochas e nos fundos dos rios.














